sábado, 24 de julho de 2010

P3 – CONVÍVIO DO BART 2857 - 2010


40.º CONVÍVIO DE CONFRATENIZAÇÃO

CHEGADA DA GUINÉ

BATALHÃO DE ARTILHARIA N.º 2857

DIA 16 DE OUTUBRO DE 2010
EM PENAFIEL

EX-CAMARADAS E AMIGOS, ESTÁ PRÓXIMO O DIA PARA DE NOVO NOS JUNTARMOS, COMO SEMPRE, COM MUITA ALEGRIA, EMOÇÃO E AMIZADE, E COMEMORARMOS MAIS UMA VEZ O NOSSO CONVÍVIO HABITUAL DE CONFRATENIZAÇÃO, ACOMPANHADOS DAS NOSSAS MULHERES, DOS NOSSOS FILHOS E DOS NOSSOS NETOS.
EMBLEMABART2857

COMO O TEMPO PASSA !

O DIA NÃO HÁ MANEIRA DE CHEGAR E A NOSSA ANSIEDADE É CADA VEZ MAIOR, PARA DARMOS AQUELE ABRAÇO DE FRATERNIDADE E RECORDARMOS TODOS AQUELES MOMENTOS PASSADOS NA GUINÉ, REVER OS NOSSOS EX-CAMARADAS OU VERMOS AQUELES QUE DESDE HÁ MUITOS ANOS NÃO OS VIAMOS, POIS NUNCA TINHAM VINDO A UM CONVÍVIO.

COMEÇEMOS A PROGRAMAR A NOSSA VIDA PARA PODERMOS ESTAR PRESENTES. ESTE ANO É UM DIA DIFERENTE, SÃO 40 ANOS.

EM BREVE VAMOS RECEBER O CONVITE. NINGUÉM VAI FALTAR.

UM ABRAÇO AMIGO A TODOS

PEREIRA DA COSTA, EX-FUR MIL CCS
Blogue BART 2857
VD

quinta-feira, 22 de julho de 2010

BLOGUE DO BART 2857 (1) – Ponto da Situação do Blogue


Caros ex-camaradas e amigos

quem já visitou o nosso Blogue BART 2857, e temos até agora mais de 5.000 visitantes, constatou que ele efectivamente existe.

Todos estes terão (alguns ou todos) apanhado uma enorme decepção, pois não viram (ainda) as suas «estórias» contadas ou documentadas, que tanto o Blogue apregoava, em especial todos aqueles que pertenceram a qualquer de uma das Companhias do BATALHÃO DE ARTILHARIA N.º 2857, e estiveram em PICHE, BAJOCUNDA, CANQUELIFÁ, bem como em todos os outros Destacamentos ou Locais da responsabilidade do BART 2857, no Sector L-4 Leste, da Guiné.

Em breve, essa decepção, vai desaparecer, com a publicação das Acitividades Operacionais dessas Unidades, embora não documentadas fotograficamente, como os Administradores e Editor gostariam, mas com aquilo que temos e inventamos, assim como, com a documentação que alguns (contam-se pelos dedos de uma mão), quiseram colaborar e, para isso, facultaram todo o material fotográfico que tinham, ainda mais, contando as suas próprias «estórias» ou factos que por lá viveram.

A todos estes agradecemos a sua colaboração, bem como a todos os outros que não quiseram, não puderam ou não sabem como o fazer, respeitando as razões por que o não fizeram. Respeitamos os sentimentos, a dor, os tempos mal passados, e as vicissitudes que trouxeram a cada um, nalguns casos para toda a vida.

Seria hipocrisia da minha parte, não reconhecer e afirmar que a razão destas linhas, não são mais do que uma forma para demover a atitude dos que ainda não se  prontificaram em colaborar. MAS, AINDA VÃO A TEMPO DE EMENDAR ESSA VOSSA ATITUDE.

Eu observo nos convívios a alegria dos reencontros, o relembrar e recontar, acompanhados de fotografias, daqueles tempos passados; o procurar ficar na mesma mesa ou mais próximos possível.

Se assim é, porque não em forma de publicação pública, via o nosso Blogue BART 2857, para que toda a gente, mesma a anónima, conheça a nossa estadia e intervenção numa guerra para a qual (ressalvo a opinião de cada um) não fomos questionados, mas que tivemos que ir.

Para além disso, muitos dos nossos ex-camaradas estão fora do nosso país, e nunca estiveram num convívio e, há quanto tempo, não revêem os seus companheiros; é uma alegria, hoje através da internet poderem ter essa oportunidade.

A vida não sorriu a todos da mesma maneira …  acreditem que alguns não têm dinheiro para se deslocarem aos nossos Convívios, por razões várias. Vamos dar-lhes esta oportunidade de conviverem com os seus ex-camaradas e terem a oportunidade de nos revermos no nosso Blogue.

Existem ex-camaradas que estão empolgados que chegue o dia do próximo Convívio - 40.º Aniversário da chegada do Bart 2857, a Penafiel. Este ano o Convívio será aí.

Seja por que forma for, ou através da Internet, por telefonema, por contacto pessoal, por correspondência postal, ou outra forma a combinar,  enviem o vosso material; mas, não se esqueçam de identificar as fotografias com as pessoas ou a que facto dizem respeito, bem como, conjuntamente enviem uma fotografia vossa actual e outra do passado para sabermos de quem é, porque a idade não perdoa e o «fósforo» da memória já não é o que era.

Um apelo, quem tiver o crachá de cada uma das Companhias e o Guião do Batalhão que envie urgentemente. Desde já os nossos sinceros agradecimentos.

Este Blogue não irá relatar somente a Actividade Operacional das Unidades do Bart 2857, no período de 1968 a 1970, mas também de todas as outras Unidades que nesse período connosco conviveram, assim como, das que posteriormente lá estiveram até à independência da Guiné-Bissau, nas suas rendições sucessivas.

Congratulo-me com a colaboração imediata e amistosa de todas essas unidades, com as suas Histórias da Unidade, textos, desenhos e fotografias, livros que nos têm enviado para publicação no Blogue. Mas, como o planeamento da publicação no Blogue obedece a progressão no tempo, algumas só virão à luz do dia, na sua altura própria.

Agradeci a louvável colaboração do ex-camarada Fur Mil Luis Guerreiro, que de imediato, do Canadá, onde reside, desde 1971, proporcionou os elementos para que já hoje se encontre publicada a Actividade Operacional do PEL CAÇ NAT 65, que para alguns não será novidade se reverem em algumas das fotografias publicadas.

E nós que atitude iremos ter! … Um até breve! … Não vamos deixar mal o nosso Batalhão. Certamente vamos responder PRESENTE.

Inscrevam-se no Blogue como seguidores.

Um fraterno e saudoso abraço do vosso ex-camarada

Contactos:
Email :  joaomaria.pereiradacosta@gmail.com
Telefone Fixo (noite): 21 390 46 87
Telemóvel (qualquer hora): 96 896 46 57
Correspondência:
João Maria Pereira da Costa
Calçada da Estrela, 121 - 1.º Esq.º
1200-662 LISBOA

Pereira da Costa, ex-Fur Mil Oper Info (CIOE 1968), CCS/BART 2857, PICHE
Administrador e Editor do Blogue BART 2857
  

sexta-feira, 9 de julho de 2010

BAJOCUNDA (PEL CAÇ NAT 65) - Parte 3 - Actividade Operacional 24 Abril a Agosto 1970

Finalizamos o relato da actividade do Pel Caç Nat 65, com o auxílio da História da Unidade do Bart 2857 e com a agradável prestação através do ex-camarada Fur Mil LUÍS MANUEL NUNES GUERREIRO, pertencente ao Pel Caç Nat 65, que connosco conviveu de Janeiro de 1970 a Agosto de 1970, a quem devemos informação e fotografias, complementando o relato dessa Unidade até ao período acima referido.
Estamos de novo reconhecidamente agradecidos.
Aguardamos que outros tomem a mesma louvável iniciativa, que desde já, igualmente, agradecemos, a fim de irmos mais longe no relato desta Unidade que teve um inestimável comportamento no teatro operacional do Leste.
O período acima coincide quase em todo com a permanência do Pel Caç Nat 65 no Sector e Comando do Bart 2857.

Após a data de 27 de Junho de 1970, desde que o Sector de Bajocunda, Pirada passou para o Comando do COP 1, deixamos de ter acesso à actividade do Pel Caç Nat 65 e deste modo relatamos a informação prestada pelo Luis Guerreiro.
Relembramos que o Luis Manuel Nunes Guerreiro, ex-Fur Mil pertenceu ao 4.º Grupo de Combate da Companhia de Artilharia 2410 e mais tarde do Pel Caç Nat 65, Ganturé, 68/70, e desde 1971 residente em Montreal , no Canadá.

  
ACTIVIDADE OPERACIONAL
em BAJOCUNDA
  de 24 Abril 1970 a Agosto 1970

 
Bajocunda
 
Em 24 de Abril de 1970, o Pel Caç Nat 65 passa a reforçar BAJOCUNDA
 
Em 28 de Abril de 1970, deslocam-se a Bajocunda Sua Excelência o Comandante-Chefe e o Comandante de Agrupamento.

O primeiro mês foi calmo, e passou-se relativamente bem.
A actividade foram, emboscadas nocturnas na Tabanca de Tabassi, patrulhamentos e colunas a Nova Lamego e a Copa.

Obuses em Bajocunda
Pel Caç Nat 65 em patrulhamento
Bacari e Zé Pequeno

Em 14 de Maio de 1970, um grupo de combate da Cart 2438, com duas secções do Pel Caç Nat 65, a fim de verificar os campos de minas montados pelas NT nos trilhos junto à fronteira, verificação necessária dada a proximidade da época das chuvas.
Após a verificação de 15 engenhos explosivos, os especialistas que os tinham montado e que seguiam à testa da secção, ao verificarem a 16.ª mina A/P, esta deflagrou, sem ter sido pisada, causando dois feridos, que foram posteriormente evacuados:
                              Armindo da Silva Carvalho, Alf Mil Minas Armadilhas, Cart 2438
                              Vasco de F. Martins,                Fur Mil Operaç. Especiais, Cart 2438

«Conforme confirmação Fur Mil José Guerreiro, do Pel Caç Nat 65, que se encontrava a cerca de 3 metros deles, quando a mina que estavam a levantar rebentou.
Pensou que estivessem mortos; quando chegou junto deles verificou que estavam vivos, mas não sabia em que estado.
Depressa foram evacuados para Bissau; tiveram muita sorte, por ser uma mina pequena, e os ferimentos não serem muito graves».


Em 18 de Junho de 1970, deslocam-se a Bajocunda Sua Excelência o Comandante-Chefe e o Comandante de Agrupamento.

Visita ComChefe Gen António de Spínola a Bajocunda 

Em 27 de Junho de 1970, a guarnição do sub-sector de Bajocunda passa a integrar-se no COT 1, recém-constituído.
«Comando Operacional Temporário n.º 1
Foi criado em 27 de Junho de 1970, para fazer face à intensa actividade IN, levada a cabo na região de PIRADA – BAJOCUNDA, a partir de 13 de Julho de 1970.
Assume a responsabilidade da zona com sede em BAJOCUNDA e integrando os subsectores de PIRADA e BAJOCUNDA, retirados ao Batalhão de Caçadores n.º 2863 e Batalhão de Artilharia n.º 2857, ficando na dependência do Comando de Agrupamento n.º 2957.
Em 20 de Agosto de 1970 o sector, foi aumentado com um novo subsector instalado em PAÚNCA por atribuição de uma nova subunidade.
Em 12 de Novembro de 1971, assume a responsabilidade desta zona de acção o Batalhão de Cavalaria n.º 3864, passando a ser designado por Sector L-6, tendo o Comando Operacional Temporário n.º 1 sido extinto em 22 de Novembro de 1971»

Em 4 de Julho de 1970, nesse dia o Pel Caç Nat 65, teve como missão fazer uma coluna a Nova Lamego, para buscar o correio.
Sendo eu o responsável pela coluna, por volta das 07h00, saímos de Bajocunda pela estrada de Pirada.
Chegados a Nova Lamego (Gabú) esperamos pelo avião e, quando o correio nos foi distribuído, fiz os preparativos para regressar.
Um alferes da CArt 2438, que tinha vindo no avião, perguntou-me se podia vir na nossa coluna, ao que eu respondi que sim, avisando-o que ia pela outra estrada que não passava em Pirada, ao que ele me retorquiu que, essa estrada, se encontrava em piores condições.
Disse-lhe então que se queria vir com o meu grupo, era por aquela estrada porque, por experiência própria, não gostava de passar duas vezes seguidas pelo mesmo sítio.
Mais informei que se encontrava ali uma coluna de civis, aonde se juntou um Grupo de Combate dos Comandos Africanos (G.C.A.), para seguir para Bajocunda, pela estrada de Pirada mas, mesmo assim, o alferes resolveu vir connosco.
Chegados a Bajocunda, e quando me encontrava a depositar os sacos do correio, ouviu-se um verdadeiro tiroteiro, para os lados da tabanca de Tabassi, na estrada de Pirada.
O Capitão da CArt 2438, que se encontrava junto a mim, perguntou o que seria aquilo, indaguei se ele tinha homens fora, ao que me disse que não.
Pensei logo que seria uma emboscada à coluna de civis e ao G.C.A.
A emboscada estava, na realidade, montada para o meu Pel Caç Nat 65, porque devem ter sabido que nós tínhamos saído e, normalmente, regressávamos pela mesma estrada.
Em Bajocunda não havia conhecimento da coluna de civis.
Saí imediatamente com o meu grupo de combate e, à chegada junto da referida coluna, deparamos com uma viatura civil a arder com o corpo do condutor calcinado pelo fogo, só se vendo os ossos (como se pode ver nas fotos que envio).

Foi a nossa sorte, pois a emboscada na estrada entre Pirada e Bajocunda, estava preparada para nós, mas quem a sofreu foram viaturas civis, e um pelotão de Comandos Africanos, tendo falecido o condutor e o ajudante civis.

O Grupo dos Comandos Africanos sofreu duas baixas, um cabo miliciano de transmissões e um soldado.
Aspectos dos resultados da emboscada na estrada de Pirada-Bajocunda

Primeiro ataque à Tabanca de Tabassi.
A meados de Julho, fomos uns dias acampar, para dita tabanca, porque a maioria das tabancas na área de Pirada, já tinham sido atacadas.
Num dos dias, que tinha eu ido a Bajocunda para tomar um duche, um nativo esteve a ver aonde se encontravam as nossas posições.
Claro que nessa noite não esperava nada, mas na seguinte às 9:00 da noite, aí estavam eles e em grande número a atacar.
Algumas das posições tinham sido mudadas, tiveram azar, pois cerca de meia hora depois retiraram com mortos e feridos, pelas informações sofreram 9.

Tabanca Tabassi


E esta foi a minha última acçāo de combate em terras da Guiné.

Luís Manuel Nunes Guerreiro

Ex-Furriel Miliciano do 4.º Grupo de Combate da Cart 2410 e mais tarde do Pelotão de Caçadores Nativos 65, Ganturé 1968 a 1970,
e desde 1971 residente em Montreal, no Canadá


Fotos e legendas: © Luis Guerreiro (2009). Direitos reservados.
Fotos e legendas: © Batalhão Artilharia 2857 (2010). Direitos reservados.
Fotos e legendas: © Carlos Nunes-Engenharia (2010). Direitos reservados.
«Uma fotografia é para mim, simultaneamente, o reconhecimento numa fracção de segundo não só da significação de um facto mas da organização rigorosa das formas apercebidas visualmente que exprimem esse facto»HENRI CARTIER – BRESSON.


Publicado por Pereira da Costa, Administrador Blogue Bart 2857
VD


BURUNTUMA (PEL CAÇ NAT 65) - Parte 2 - Actividade Operacional de 27 Fevereiro 1970 a 23 Abril 1970

Continuamos com o relato da actividade do Pel Caç Nat 65, com o auxílio da História da Unidade do Bart 2857 e com a agradável prestação através do ex-camarada Fur Mil LUÍS MANUEL NUNES GUERREIRO, pertencente ao Pel Caç Nat 65, que connosco conviveu de Janeiro de 1970 a Agosto de 1970.
O período acima coincide quase em todo com a permanência do Pel Caç Nat 65 no Sector e Comando do Bart 2857.
Após a data de 27 de Junho de 1970, desde que o Sector de Bajocunda, Pirada passou para o Comando do COP 1, deixamos de ter acesso à actividade do Pel Caç Nat 65 e deste modo relatamos a informação prestada pelo Luis Guerreiro.
Relembramos que o Luis Manuel Nunes Guerreiro, ex-Fur Mil pertenceu ao 4.º Grupo de Combate da Companhia de Artilharia 2410 e mais tarde do Pel Caç Nat 65, Ganturé, 68/70, e desde 1971 residente em Montreal , no Canadá.


ACTIVIDADE OPERACIONAL
EM BURUNTUMA
27 Fevereiro 1970 a 23 Abril 1970 
Buruntuma, capela e monumentos das companhias

Em 27 de Fevereiro de 1970, em face do ataque feiro a BURUNTUMA em 24 de Fevereiro de 1970, por elementos do IN instalados junto à fronteira com a REPÚBLICA DA GUINÉ-CONACRY, é decidida uma retaliação sobre KANDIKA (República da Guiné-Conacry).
Para isso foram deslocados para BURUNTUMA dois morteiros 81mm de Nova Lamego, um de BAJOCUNDA, um de PIRADA, dois de PICHE, dois de PONTE CAIUM e um de CAMAJABÁ.
O 8.º Pel Art.ª 10,5cm desloca-se de CANQUELIFÁ para BURUNTUMA e o 12.º Pel Art.º 11,4 cm, de PICHE para CAMAJABÁ.
De PICHE seguiram ainda, em reforço o Pel Caç Nat 65 e um Grupo de Combate da Ccaç 2679. O Comandante e o 2.º Comandante do Bart deslocam-se, também, para BURUNTUMA, onde acompanham o desenrolar da acção.
Pelas 15H00 o 12.º Pel Art.ª iniciou a regulação de tiro, seguindo-se o do 3.º Pel Art.ª 8,8cm (de BURUNTUMA) e a do 8.º Pel Art.ª 10,5cm (em Camajabá).
O IN reagiu imediatamente com fogo de Morteiro 82mm, LGF e armas ligeiras, sobre as posições de Morteiro e da Artilharia Ligeira.
A Artilharia que já fizera uma regulação uma regulação sumária passou imediatamente à eficácia. Os Morteiros, cujo fogo não foi possível regular de helicóptero (conforme estava previsto), foram regulados da própria posição, pois que desta se via o telhado do quartel, que era um dos objectivos, pelo que se passou à eficácia.
A esta respondeu o IN intensificando o seu fogo sobre a Artilharia Ligeira.
Apesar de batidos pelo fogo, o 3.º Pel Art.ª e o 8.º Pel Art.ª continuaram a fazer tiro, assim como as guarnições dos Morteiros, estes com uma ou outra excepção.
Pelas 17H30 quando o 8.º Pel Art.ª, se preparava para recolher ao aquartelamento, terminado o seu fogo, caiu uma granada IN, junto da GMC a que se atrelava um obus, causando um morto e cinco feridos.
Às 19H00 o 8.º Pel Art.ª seguiu para PICHE, e o 3.º Perl Art.ª, recolheu à sua posição normal, em BURUNTUMA.
O fogo IN continuou intenso, e a partir de certa altura incluindo o de Morteiro 120 mm, respondendo as NT com fogo de Artilharia 8,8 cm, Morteiro 81mm e armas ligeiras e pesadas.
As NT continuaram a fazer fogo de resposta, durante a noite, mas com menor intensidade, por uma economia de munições, pois que por uma estimativa sumária das existências se verificou que essa economia se impunha.


Segundo informações posteriores, em consequência da retaliação efectuada, o quartel de KANDIKA ficou destruído, incluindo o paiol, tendo-se registado 8 mortos entre os militares (incluindo o Tenente Comandante de KANDIKA) e três entre os civis, além de muitos feridos civis e militares. Segundo as mesmas informações teria ficado destruído o Posto de Alfândega, e morrido o respectivo Chefe.


Em BURUNTUMA, em consequência do fogo IN ficaram destruídas 14 moranças. A população atemorizada durante e depois da acção, tentou abandonar BURUNTUMA, mas tendo-lhe sido explicado o motivo da acção das NT, acabaram por a aceitar.

Tabancas queimadas em Buruntuma
Tabancas queimadas em Buruntuma

Entre as NT, no decorrer da acção, registaram-se as seguintes baixas e feridos em combate:

                 CCAÇ 2401
                                     Jerónimo Pereira Cardoso – Fur Mil, ferido (a)
                                     Mário Almeida Pires           – 1.º Cabo, ferido (a)
                                     Cândido I.T. Gomes            – Soldado, ferido (a)
                                     Abel L. Abrantes                 – Soldado, ferido (a)
                                     Oscar de O. Duarte             – Soldado, ferido (a)
                                     Américo Fonseca da Silva  – Soldado, ferido (a)

                 8.º PEL ART.º 10,5 CM/BAC 1
                                     João Jassi                             – Soldado, morto
                                     Guesague                             – Soldado, ferido (a)
                                     Daniel L. Sambo                  – Soldado, ferido (a)
                                     António Alfanaia                 – Soldado, ferido (a)
                                     Saido Baldé                          – Soldado, ferido (a)
                                     Duquelam Metalé               – Soldado, ferido (a)


(a) Evacuados em HELI para o HM 241 em 28 de Fevereiro de 1970.


                 Distinguiram-se durante a acção:
                                     José A. Azevedo                   – Fur Mil, CCaç 2679
                                     Alpoim Resende                   – Soldado, Pel Mort 2105
                                     Domingos L. Simões            – Soldado, Pel Mort 2105
                                     David M. Leitão                   – Soldado, Pel Mort 2105
                                     Artur Augusto Maia Casal  – Fur Mil
                                     António Nunes de C. Pires  – Major de Art.ª CCS Bart 2857
                                     3.º Pel Art.ª 8,8 cm/Bac 1
                                     8.º Pel Art.ª 10,5cm/Bac 1


O Pel Caç Nat 65, ficou a fazer segurança aos obuses em Camajábá, e finda a operação seguimos para Buruntuma, para reforço à guarnição, aonde permanecemos cerca de mês e meio, com emboscadas nocturnas, e patrulhamentos.

Pel Caç Nat 65 em patrulhamento em Buruntuma
Pel Caç Nat 65 em patrulhamento em Buruntuma
Picagem Cherno, Zé Grande e Batista ……

Em 23 de Abril de 1970, o Pel Caç Nat. 65 iniciou o seu movimento BURUNTUMA-BAJOCUNDA.
 
 
E esta foi a minha última acçāo de combate em terras da Guiné.


Luís Manuel Nunes Guerreiro
Ex-Furriel Miliciano do 4.º Grupo de Combate da Cart 2410 e mais
tarde do Pelotão de Caçadores Nativos 65, Ganturé 1968 a 1970,
e desde 1971 residente em Montreal, no Canadá


Fotos e legendas: © Luis Guerreiro (2009). Direitos reservados.
Fotos e legendas: © Batalhão Artilharia 2857 (2010). Direitos reservados.
Fotos e legendas: © Carlos Nunes-Engenharia (2010). Direitos reservados.
«Uma fotografia é para mim, simultaneamente, o reconhecimento numa fracção de segundo não só da significação de um facto mas da organização rigorosa das formas apercebidas visualmente que exprimem esse facto»
HENRI CARTIER – BRESSON.

Publicado por Pereira da Costa, Administrador do Blogue do Bart 2857

PICHE (PEL CAÇ NAT 65) - Parte 1 - Actividade Operacional de 24 Agosto 1969 a 27 Fevereiro 1970

Damos início ao relato da actividade do Pel Caç Nat 65, com o auxílio da História da Unidade do Bart 2857 e com a agradável prestação através do ex-camarada Fur Mil LUÍS MANUEL NUNES GUERREIRO, pertencente ao Pel Caç Nat 65, que connosco conviveu de Janeiro de 1970 a Agosto de 1970, que de imediato se prestou a colaborar, a quem devemos informação e fotografias que referiremos da sua propriedade e que autorizou que as publicassemos, complementando o relato dessa Unidade até ao período acima referido.
Estamos de novo reconhecidamente agradecidos.
Aguardamos que outros tomem a mesma louvável iniciativa, que desde já, igualmente, agradecemos, a fim de irmos mais longe no relato desta Unidade que teve um inestimável comportamento no teatro operacional do Leste.
O período acima coincide quase em todo com a permanência do Pel Caç Nat 65 no Sector e Comando do Bart 2857.
Após a data de 27 de Junho de 1970, desde que o Sector de Bajocunda, Pirada passou para o Comando do COP 1, deixamos de ter acesso à actividade do Pel Caç Nat 65 e deste modo relatamos a informação prestada pelo Luis Guerreiro.
Relembramos que o Luis Manuel Nunes Guerreiro, ex-Fur Mil pertenceu ao 4.º Grupo de Combate da Companhia de Artilharia 2410 e mais tarde do Pel Caç Nat 65, Ganturé, 68/70, e desde 1971 residente em Montreal , no Canadá.



PELOTÃO
CAÇADORES
NATIVOS 65






Unidade constituída no âmbito do Comando Territorial Independente da Guiné, foi criado em Maio de 1968.

Teve a sua primeira base em Nova Lamego e foi, sucessivamente em:
                                                      Camjabari (Abril de 1969)
                                                      Piche (Junho de 1969),
                                                      Buruntuma (Fevereiro de 1970),
                                                      Bajocunda (Abril de 1970),
                                                      Copá (Setembro de 1970),
                                                      Bajocunda (Janeiro de 1971),
                                                      Copá (Dezembro de 1971),
                                                      Bajocunda (Fevereiro de 1972),
                                                      Paúnca (Março de 1973),
                                                      Guidage (Junho de 1973) e
                                                      Bajocunda (Dezembro de 1973).
Dando cumprimento ao Acordo de Argel, de 26 de Agosto de 1974, os seus elementos foram disponibilizados e o pelotão extinto.

   

Durante o período que ex-Fur Mil, Luís Manuel Nunes Guerreiro, pertenceu ao Pel Caç Nat 65, de Janeiro de 1968 a Agosto de 1970, era composto por cerca de 35 soldados nativos (valentes, destemidos e todos bem conhecidos na zona Leste, do inimigo) e 7 continentais.
O Pel Caç Nat 65 era comandado por um «cromático» Alferes que deambulava de pistola à cinta, empunhando uma moca com um lenço amarelo, chamado MONTEIRO, e esse era o seu equipamento preferido mesmo em patrulhamentos.
O 1.º cabo ISMAEL, excelente operador do morteiro 60mm, embora por vezes se encontrasse sob os efeitos do álcool, era bom rapaz e excelente combatente.
Chegou a levar o morteiro cheio de vinho durante uma saída para o mato.
Nesse tempo os continentais eram:
Alferes Álvaro Monteiro, depois substituído pelo Alferes Patrício;
Furriéis Adolfo Barbosa; José Pinheiro (já falecido) e Luís Guerreiro;
1.ºs Cabos Ismael (apontador de morteiro); Marques (transmissões); Carneiro (transmissões).
Alguns dos nativos : Cherno Baldé; Malan Sanha (Zé Grande); Batista, Zé Pequeno e Bacari

Mortos em combate Soldados Nativos
                                                               Mamadu So Soldado Atirador em 06-05-1968
                                                               Mansoa Sintra Soldado Atirador em 29-12-1969
                                                               Malan Baldé Soldado Atirador em 07-05-1971
                                                               Demba Baldé Soldado Atirador em 13-01-1974




ACTIVIDADE OPERACIONAL
Piche (Agosto de 1969)


Porta de Armas em Piche

Em 01 de Junho de 1969, apresenta-se na Sede do Bart 2857, em PICHE, para reforço temporário, e vindo de CAMJAMBARI,  o PEL CAÇ NAT 65.


Em 07 de Junho de 1969, durante o dia, o PEL CAÇ NAT 65 executa patrulhamentos e monta emboscadas, em protecção aos trabalhos de desmatação na região Sul de SINCHÃ LALI.


Em 07 de Junho de 1969, ás 23:00 é desencadeado violento ataque, ao aqurtelamento de PICHE, por um Grupo IN não estimado, mas suposto bastante numeroso, dada a intensidade dos fogos executados e a vasta distribuição dos mesmos. O ataque começou, simultaneamente, por disparos de Morteiro 82mm e de armas ligeiras e pesadas, com granmde intensidade e precisão, tendo os primeiros impactos, atingido as duas casernas da CART 2440 e ferido um elevado número de homens, desde logo tornados inoperacionais.

Dada a grande proximidade dos atiradores IN, de armas ligeiras, e a precisão das armas pesadas, difícil foi organizar a recação ao ataque.

Entretanto o PEL CAÇ NAT 65, que pernoitava fora do aquartelamento, e que assim não foi atingido pelos primeiros rebentamentos, começou a bater as posições IN, com fogo de Morteiro 60mm, o que fez até que o apontador desta arma queimou as mãos, tendo disparado crca de 40 granadas, tantas as de que dispunha; os restantes elementos tentaram desalojar o IN, fazendo-o com denodo e chegando ao contacto, a ponto de lhe inflingir prováveis baixas.

A falta de comunicações internas, no aquartelamento, dificultou a coordenação dos diferentes sectores de defesa, obrigando a deslocamentos pessoais, arriscados e morosos, para a tentar.

Duas auto-metralhadoras (uma FOX e uma DAIMLLER) deslocaram-se para a pista de aterragem e bateram os atiradores de armas ligeiras IN, que protegiam o canhão s/recúo e a bateria de Morteiros 82mm.

Outra auto-metralhadora FOX deslocou-se para a estrada PICHE - NOVA LAMEGO silenciando alguns atiradores de armas ligeiras e uma metralhadora pesada que, desse lado, flagelava o aquartelamento.

O pessoal, à medida que foi conseguindo instalar-se nas valas existentes, fez fogo de armas ligeiras sobre atiradores IN, isolados, mas muito próximos, que com o seu fogo procurava fixar as NT e impedir qualquer tentativa de reorganização e contra-ataque.

O único Morteiro 81mm, existente no aquartelamento, referenciada a principal posição IN, fez fogo ininterrupto nessa direcção.

A guarnição de canhão s/recuo, embora recém-chegada da Metrópole, e bastante exposta ao fogo IN executou eficiente fogo quer durante o ataque, quer para os itinerários de possível retirada; foi-lhe necessário atravessar, várias vezes, longo percurso, sob intenso fogo, entre o paiol e a posição do canhão, a fim de o remuniciar.

O 12.º PEL ART.ª, dentro dos seus alcances mínimos, procurou bater posições IN, executando, mais tarde, fogo sobre as cambanças do CORUBAL.

Terminado o ataque, dado o elevadíssimo número de feridos, não foi possível às NT iniciar qualquer perseguição ao IN.

De madrugada foi efectuado reconhecimento aos locais de instalação, tendo sido referenciados sete posições de Morteiro 82mm e uma de canhão s/recúo, encontrados numerosos rastos de sangue e algum material: 2 granadas de Morteiro 82mm s/espoleta, 3 granadas RPG-2, 1 granada de RGP-7, 1 cantil, 2 caixas com cargas suplementares de morteiro e documentos (cartão de identidade de um responsável IN - PEDRO FRANCISCO DA SILVA, um caderno de apontamentos de campo, pertencente ao mesmo elemento e duas fotocópias de tábuas de tiro p/Morteiro 82mm.

Do BCAÇ 2835, de NOVA LAMEGO, chegou de madrugada, um reforço com médico e medicamentos.

As NT, sofreram pesadas baixas, 2 mortos, 39 feridos evacuados, e 33 feridos jigeiros não evacuados:

MORTOS
                         CART 2440
                                     Aires da Silva Pedrosa, 1,º Cabo Clarim, (morto em combate)
                        PEL CAN S/R 2.126
                                      Franklim Rodrigues, Soldado, TMS Inf, (morto em consequência de ferimentos recebidos em combate)


FERIDOS EVACUADOS
                        CCS/BART 2857
                                      Armando de Oliveira Almeida, 1.º Cabo, TRMS 
                                      Serafim Manuel Pinto Ribeiro, Soldado, C.A.R.
                                      José Barroso, Soldado, Sapador
                                      Alípio Santos Anjos, Soldado Sapador
                       CART 2438
                                      Manuel Pinto Afonso, 1.º Cabo, C.A.R.
                        CART 2440
                                      Vasco Augusto Domingues, 1.º Cabo, Mec.Auto.Rodas
                                       Alberto Sousa Cardoso, 1.º Cabo, Atirador
                                       Francisco Gomes da Silva, 1.º Cabo, Cozinheiro
                                       Celso Pereira Farias, Soldado, C.A.R.
                                       Arlindo António S. de Jesus, Soldado, C.A.R.
                                       Manuel Filipe P. Agostinho, Soldado, C.A.R.
                                       Mário Pereira dos Santos, Soldado, C.A.R.
                                       António Cardoso Alves, Soldado, C.A.R.
                                       Manuel Reis da Silva, Soldado, Atirador
                                       Eduardo Sousa Fernandes, Soldado, Radiotelegrafista
                                       Agostinho Domingos Correia, Soldado, Atirador
                                       António Marques de Freitas, Soldado, Atirador
                                       Frutuoso Coelho Ribeiro, Soldado, Atirador
                                       José da Silva Melo, Soldado, Atirador
                                       Manuel Joaquim de Oliveira, Soldado, Atirador
                                       António Magalhães S. Ribeiro, Soldado, Atirador
                                       José de Moura, Soldado, Atirador
                                       Amândio Pereira Gomes, Soldado, Atirador
                                       José Saraiva de Oliveira, Soldado, Atirador
                                       Joaquim da Silva Correia, Soldado, Atirador
                                       José Antunes dos Santos, Soldado, Atirador
                                       Armando Gonçalves Briga, Soldado, Atirador
                                       José Augusto Lourenço, Soldado, Atirador
                                       Nelson Morais Rebelo, Soldado, Atirador
                                       Mário Ferreira B. da Torre, Soldado, Atirador
                        CCAÇ 2383
                                        Isidro V. Petinga, Soldado, Atirador
                                        José A.C. Duarte, Soldado, Atirador
                        PEL CAÇ NAT 65
                                        Aliu Banjai, Soldado, Atirador
                        CCAV 2525
                                        António dos Santos C. Nunes, Soldado Atirador
                        CART 2338
                                        José Manuel S. Carmo, Soldado, Atirador
                                        João Ferreira, Soldado, Atirador
                                        João Ribeiro de Lima, Soldado, Atirador
                                        Luís Marcolino Bulas, Soldado, Atirador

                        PEL MORT 2105
                                        Manuel de Freitas Miranda, Soldado


FERIDOS LIGEIROS NÃO EVACUADOS
                        CCS/BART 2857
                                         Aníbal da Silva Tavares, 1.º Cabo, Atirador
                                         Jorge Manuel B. Gomes, 1.º Cabo, Radiomontador
                                         José Ferreira Pinheiro, 1.º Cabo, Trms
                                         José de Oliveira Rocha, 1.º Cabo, Trms
                                         Manuel José Pires da Silva, Soldado, Pel Rec Info
                                         Domingos Gomes Pires, Soldado, Pel Rec Info
                                         José Cândido F. Armada, Soldado, Trms
                                         Domingos José Antunes, Soldado, Atirador
                                         Manuel Cardoso Figueiredo, Soldado, Maqueiro
                        CART 2440
                                         Aníbal Alves Carreira, 1.º Cabo, Atirador
                                         Amândio Mesquita Fernandes, 1.º Cabo, Trms
                                         Agostinho G. da Silva, 1.º Cabo, Atirador
                                         Joaquim da S. G. Rodrigues, 1.º Cabo, Atirador
                                         Manuel J. P. Correia, 1.º Cabo, Atirador
                                         José da Silva, 1.º Cabo, Atirador
                                         António Silva Alves, 1.º Cabo, Atirador
                                         Manuel R. de Oliveira, 1.º Cabo, Atirador
                                         Agostinho de O. Batista, Soldado, Atirador
                                         Manuel F. Peixoto, Soldado, Atirador
                                         José de Almeida, Soldado, Atirador
                                         António Nunes, Soldado, Atirador
                                         António B.Martinho, Soldado, Atirador
                                         José Alberto G. Garcia, Soldado, Atirador
                                         Joaquim da S. Nogueira, Soldado, Atirador
                                         Adélio R. de Sousa, Soldado, Atirador
                                         António José P. Vieira, Soldado, Atirador
                                         Amadeu R. Ferreira, Soldado, Atirador
                                         Manuel Figueiredo da Silva, Soldado, Atirador
                                         Joaquim Machado da Palma, Soldado, Atirador
                                         José Guerreiro Nunes, Soldado, Aux. Cozinheiro
                                         José Maria P. Carvalho, Soldado, Cozinheiro
                                         Rodrigo da C. Moura, Soldado, Radiotelegrafista
                        PEL CAN S/R 2126                                        
                                         António Coelho de Sousa, Soldado

Entre a população registaram-se 15 mortos ( 6 Homens, 6 Mulheres e 3 Crianças) e 25 feridos (8 Homens, 6 Mulheres e 11 Crianças).

No aquartelamento, quase todos os edifícios foram atingidos, e os prejuízos materiais foram avultados.




Aspectos da caserna da CART 2440, interior, cobertura e infraestruturas



Em 10 de Junho de 1969, uma força, constituída por um Grupo de combate da CART 2440, um Grupo de combate da CART 2439, um Grupo de combate da CCAV 2525, um Grupo de combate de CCS/BART 2857 e o PEL CAÇ NAT 65, tomam parte na Op. «Maior Lanço» - COP 5.

Em 11 de Junho de 1969, regressam as Forças empenhadas na Op. «Maior Lanço».
Não houve contacto nem vestígios IN a assinalar.

Em 26 de Agosto de 1969, cerca das 20H30 alguns elementos da população, apresentam-se na Sede do BART, informando da presença de um Grupo IN, não estimado, na região de SINCHÃ LALI (Piche 5A3).
Saiu imediatamente do aquartelamento, uma Força constituída pelo PEL CAL NAT 65, um Grupo de Combate da CART 2479 e uma Secção da CART 2440, comandada pelo Comandante desta última, indo montar uma emboscada na região do RIO PERADE (Piche 4D1-58), tentando interceptar, assim, o referido Grupo na retirada.
Aproximadamente às 24H00, parte do Grupo IN, entrou na «zona de morte» e iniciado o fogo das NT, ripostou utilizando Armas Ligeiras, Morteiros, Lança Rocket e Metralhadora Pesada, acabando por dispersar precipitadamente, deixando um morto no terreno e sinais de arrastamento de oito corpos, com grande quantidade de sangue.


Abandonou todo o produto do roubo (vacas, galinhas, artigos de vestuário e domésticos, géneros alimentícios, etc.), praticado em SINCHÃ LALI e COPIRÓ.
As NT permaneceram emboscadas até ao alvorecer, executando, então, uma batida à região, e recolhendo material diverso e documentos, tendo regressado ao aquartelamento em 27 de Agosto de 1969, pelas 08H30, sem registar qualquer baixa.
Foi o seguinte o material apreendido: uma espingarda SIMONOV, 10 Granadas de Lança Rocket e várias munições de KALASHNIKOV.
O PEL REC FOX 2350 reforçado por uma Secção da CCS, deslocou-se durante a noite até CANHAMONDO a fim de prestar, em caso de necessidade, qualquer socorro possível às NT emboscadas.

Em 29 de Agosto de 1969, um Grupo de Combate da CART 2479, o PEL CAÇ NAT 65 e um Grupo de Combate reduzido da CCS, efectuam um patrulhamento, passando por SINCHÃ COUPÉ, RIO AUNA, confluência com o RIO BUGUDU, confluência do RIO PERADE com o RIO SAGOIÁ e por BUGUDU.
O Comandante Interino do BART acompanha o patrulhamento.


Em 15 de Outubro de 1969, um Grupo de Combate da CART 2440 e o PEL CAÇ NAT 65, executou a Operação «MORTE», que consta de um patrulhamento de combate, passando por SINCHÃ LALI, RIO TAMBIFATOU, RIO COARE, RIO CAMONGRU e RIO PERADE.
Não há contactos, nem vestígios IN, a assinalar.



Em 18 de Outubro de 1969, o PEL REC FOX, reforçado por um Grupo de Combate da CART 2440, desloca-se à PONTE CAIUM. O PEL CAÇ NAT 65, monta a segurança ao longo do itinerário, e uma Secção de Sapadores, juntamente com 2 Secções de Milícia, fazem a picagem do mesmo.
É detectada e levantada, uma mina A/C (Piche 5G-1).



Em 29 de Outubro de 1969, a Cart 2440 dá início à Operação «BOA PONTARIA», patrulhamento de combate, conjugado com emboscada, sendo o seguinte o itinerário a percorrer: PICHE-COACHE-RIO DACACHECA-RIO CORUBAL-RIO NHAMPRUBANA-CURASSE CODÉ-COACHE-PICHE.
Efectivo constituído por um Grupo de Combate da Cart 2440 e o Pel Caç Nat 65.
Um Grupo de Combate da Cart 2440 efectua um patrulhamento nocturno.



Em 30 de Outubro de 1969, termina a Operação «BOA PONTARIA», sem contactos nem vestígios IN, a assinalar.

Em 31 de Outubro de 1969, três Grupos de Combate da Cart 2440, o Pel Caç Nat 65 e o Pel Rec Fox, empenham-se na realização de uma coluna à PONTE CAIUM.
O Pelotão de Sapadores, faz a picagem do itinerário.



Em 23 de Dezembro de 1969, Forças da Cart 2440, o Pel Caç Nat 65, o Pel Rec Fox e uma Secção de Sapadores deslocam-se à PONTE CAIUM, procedendo-se depois ao reconhecimento dos trilhos deixados pelo IN aquando do assalto a tabanca SINJÃ, em 20 de Dezembro de 1969, e ao contacto da população.
Não foram detectadas minas.

Em 29 de Dezembro de 1969, cerca das 21H30, um numeroso Grupo IN, instalou-se, numa base de fogos a cerca de 500 metros do aquartelamento de PICHE, dos lados Leste e Nordeste, tendo previamente destacado alguns elementos para Sudeste da povoação, desencadeando intensa flagelação.
Utilizou armamento ligeiro durante meia-hora. Abriu fogo com PPSH, RPG-2 e RPG-7, logo seguido de Morteiro 60mm, visando, principalmente, as trincheiras de combate.
As NT reagiram rapidamente, fazendo fogo comandado de Canhão S/R e de Morteiro 81mm, e algumas rajadas de Metralhadora Breda, não tendo sido, praticamente, feito tiro de armas ligeiras, por o IN, se encontrar fora do alcance das mesmas. O fogo das nossas armas foi muito preciso, o que se comprovou pelas crateras e empenagens referenciadas na base de fogo IN, sendo de admitir, que o mesmo, sofreu baixas.
Durante a flagelação foi ferido o 1.º Cabo Sapador – João Gonçalves Antunes, que se encontrava no posto avançado de defesa, do lado Oeste.
Não resultaram estragos no aquartelamento.
A reacção pelo fogo das NT, foi totalmente controlada, face à evolução da acção do IN.
Após a fase inicial, organizou-se a saída das NT para o local onde o IN se revelara, saindo em primeiro lugar o Pel Caç Nat 65, logo seguido da Cart 2440 e do Pel Mil 181, que em rápida progressão surpreenderam alguns elementos IN que se dedicavam ao saque de tabancas (onde já tinham morto um gila e ferido um elemento da população, interceptando-o na fuga e provocando-lhe baixas prováveis, não controladas).

Neste recontro as NT sofreram um morto (Soldado Milícia) e 4 feridos do Pel Caç Nat 65, um dos quais veio a falecer cerca de 7 horas mais tarde no aquartelamento, em consequência dos ferimentos enquanto se aguardava a sua evacuação. Foi pedido TEVS nocturno, para os feridos mais graves, só satisfeito no dia 30 de Dezembro de 1969, pelas 09H00.
O 12.º Pel Art.ª executou 6 tiros de artilharia 11,4 para os locais de cambança, mais prováveis.
O Pel Rec Fox 2640, patrulhou, activamente as picadas da tabanca, procurando expulsar os elementos IN, infiltrados
O IN terá sofrido baixas prováveis, mas não controladas, quer durante a reacção à flagelação, quer na perseguição que lhe foi movida; abandonou durante a retirada 3 carregadores de espingarda automática KALASHNIKOV, 1 granada d RGP-2 e 1 almotolia.
No decorrer de toda a acção, as NT sofreram as seguintes baixas:
Mortos em Combate:
                                                                  Mansoa Sintra – Soldado, Pel Caç Nat 65
                                                                  Mamadu Jau – Soldado Mil, Pel Mil 162
Feridos Evacuados:
                                                                  Djan Camará – Soldado, Pel Caç Nat 65
                                                                 Malan Fati, - Soldado, Pel Caç Nat 65
                                                                  João Gonçalves Antunes – 1.º Cabo Sapador, CCS (*)
(*)  veio a falecer no HMP em 3 de Janeiro de 1970, em consequência dos ferimentos sofridos.
Feridos Ligeiros, não evacuados
                                                                  Carlos M. P. Costa - Cap. Mil. Art.ª, Cart 2440
                                                                  Francisco da S. Pereira – Fur Mil Art.ª, Cart 2440
Distinguiram-se, no decorrer da acção (durante a perseguição ao IN)
                                                 Carlos M. Paquim da Costa – Cap. Mil. Art.ª, Cart 2440
                                                 Álvaro J. B. Monteiro – Alf. Mil, Pel Caç Nat 65                   
                                                 Duarte Embaló – Alf 2.ª linha, Cmdt Pel Mil 181
                                                 Mansoa Sintra, - Soldado, Pel Caç Nat 65 (*)
                                                 Mamadu Jau, - Soldado Mil, Pel Mil 162 (**)
(*) que se lançou sobre uma morança ocupada pelo IN, com o  intuito de o capturar, tendo sido atingido pela sua reacção e morrendo posteriormente, em consequência dos ferimentos então sofridos.
(**) que se integrou voluntariamente nas forças de perseguição ao IN sendo pelo fogo deste, atingido mortalmente.

Em 30 de Dezembro de 1969, a Cart 2440, o Pel Caç Nat 65 e o Pel Mil 181, empenharam-se no reconhecimento dos trilhos de aproximação e retirada do IN, detectando vestígios de tratamentos feitos a feridos e recolhendo medicamentos perdidos, alguns provenientes do nosso Laboratório Militar.
Verificam que foi utilizado o itinerário da picada PICHE-CADÉ e cambado o RIO CORUBAL nas imediações do seu cruzamento com a referida picada, tanto na aproximação, como na retirada.
O Comandante do Agrupamento compareceu em PICHE onde analisou em pormenor a base de fogos IN, tendo em seguida realizado, em DO-27, um RVIS e PCV em proveito da força que se deslocou em reconhecimento dos itinerários utilizados pelo IN. Foi também concedido ATIR às 11:00

Em 12 de Fevereiro de 1970, elementos da Milícia ao picarem a estrada PICHE-CAMBAJÃ, encontram vestígios da passagem de um Grupo IN, não estimado.
Uma força constituída por um Grupo de Combate da Cart 2440, pelo Pel Caç Nat 65 e por uma Secção de Sapadores, exploram a zona. São detectados e levantadas duas minas A/C (Nova Lamego 7-E 666 e 7-E 968).
O Grupo IN, referido, aproximou-se pelo Sul, provavelmente por BANTANQUILIM, deslocou-se ao longo da estrada até 2 km de PICHE e desviou-se para Sul em direcção a SUTUCÓ.

Em Piche de Janeiro a Fevereiro de 70, resumiu-se a emboscadas nocturnas, patrulhamentos e, colunas a Nova Lamego, neste período, não houve contacto com o inimigo.

Barbosa e Luis Guerreiro em Piche
Baltasar Oliveira (1.º Cabo Pel Rec Info da CCS/Bart 2857 em Piche

Luis Guerreiro e Baltasar Oliveira seu cunhado em Piche


E esta foi a minha última acçāo de combate em terras da Guiné.
Luís Manuel Nunes Guerreiro
Ex-Furriel Miliciano do 4.º Grupo de Combate da Cart 2410 e mais tarde do Pelotão de Caçadores Nativos 65, Ganturé 1968 a 1970, desde 1971 residente em Montreal, no Canadá


Fotos e legendas: © Luis Guerreiro (2009). Direitos reservados.
Fotos e legendas: © Batalhão Artilharia 2857 (2010). Direitos reservados.
Fotos e legendas: © Carlos Nunes-Engenharia (2010). Direitos reservados.
«Uma fotografia é para mim, simultaneamente, o reconhecimento numa fracção de segundo não só da significação de um facto mas da organização rigorosa das formas apercebidas visualmente que exprimem esse facto»
HENRI CARTIER – BRESSON.
VD postes
PICHE (PEL CAÇ NAT 65) - Parte 0 - Luis Manuel Nunes Guerreiro